sentado, sua cabeça roça o mais alto teto. em pé, Ele é ainda menor que mais baixa grama. Èṣù. Èṣù. Èṣù: um site está no ar, caminho aberto por você: ohuntohan.com laróyè: estamos em obras, mas podem entrar. sonhos contidos num tijolo. desejos desabrochando da massa, futuro rejunte, muita gente dentro desta casa. inúmeras mãos nesse massapê — as daqui e as que a gente nem vê. láààrin ọ̀run ayé: partículas, pontos, possibilidades, passagens, promessas, parágrafos, premissas, partituras: projeto: criar — mostrar como criou — um dispositivo tecnológico que tira desenhos do som do tambor. o site é estrada que pode ter — agora — até gosto de nada, sensação de cadê, clique no vazio. ní àròyé: estamos em obras e assumimos. é um convite para antes dos trinques, testemunhar parcelas, passos, partes, pensamentos, pingos, pausas, pinceladas, protocolos, paisagens. princípio: estamos no começo. fim nem almejamos. buscamos traquejos, trânsitos, trajetos. o site está lá fora no ar e um voo rabisca no espaço seus desejos e intenções. um rascunho dobra a esquina e lá está Yanguí sentado, apoiado no assoalho do universo. tamanho de pixel e átomo. Ele ri. Olódùmarè? nem aí.
Próximo dia 26.11, sábado, 16h, terá Live na página do projeto no Instagram [@ohuntohan]. Música viva ao vivo. Terreiro. Som que se vê!
Estamos em contrução. Estamos em obras. Estamos em processo. Bem-vindes ao nosso transtorno. Olódùmarè não tem pretensões. Ela dorme no Caos com sua rede pregada no Vazio. Neste balanço, espécie de dança pendular, Ela cria mundos. Olódùmarè deseja universos e eles brotam, incessantes, de seu corpo inexistente. É uma criadora contumaz, afeita aos transtornos, modeladora de tornados e constelações; plânctons e pólens; pingos e oceanos. Olódùmarè é antes do silêncio e do escuro. Mas precisou dar forma aos seus desejos e desígnios. Precisou de um construtor. Um engenheiro, um tecnólogo, um ordenador. Chamou Ògún, "És Tu!", disse com sua voz inaudível, esta que se desdobrou nos cantos dos passarinhos, caminhos traçados pelos ventos, o solfejo das baleias. "És Tu, Ògún" e assim fizeram, juntes, a primeira abóboda celeste embaixo da qual uma Terra surgia. Olódùmarè só ria: "Ògún já sabe projetar e construir". Ògún é assim. Um desejo a Ele oferecido é rascunho de felicidade. Olódùmarè, que gosta de se divertir, voltou a dormir. Encontrou alguém responsável. Ògún, Alágbẹ̀dẹ Ọ̀run: o Ferreiro dos Céus. Assim foi, assim será, assim é. Por isso gritamos "Pàtàkòrí!", relembrando Ògún como Pessoa Importante, O Cabeça! [De "pàtàkì|Importante + "Orí"|Cabeça]. Ògún é asSim! No vídeo, filho de Ọ̀ṣọ́ọ̀sì e Ògún, Iran Silva recebe em suas mãos nosso desejo. E forja, em solidão, mais uma parte desse projeto que dá seus primeiros passos transtornados, desalinhados, em síncope, errante e em flerte com o acaso e o erro. Desculpem-nos o transtorno. Estamos em obras. Em sua rede, Olódùmarè ri. E entre um cochilo e outro, mais uma galáxia se desprende do seu bolso. Inexistente.
Desde quando Olódùmarè soprou dentro de mim o Ẹ̀mí, hálito que instaura minha existência, vida insuflada pela respiração divina, sou um Som que se Vê. Desde aí e então, meu corpo guarda e é partícula em expansão do Criador, da Criadora Maior... Ọlọ́run — Ela/Ele que "está dentro e fora de tudo, desentendido/a do mundo". Som é Movimento. Não existe nada que não esteja em Movimento. E Olódùmarè, na sua dança de criação, fez surgir a primeira matéria organizada do Universo: Èṣù Yangui. Ei-nos aqui, Èṣù Yangui! Mo wà! Lançamo-nos como pedra, pedaço, pingo, bólido, folha, parte, ramagem, estrela, estalo, vagido e Laterita deste projeto que está transformando música de Terreiro em grafismos-desenhos-estamparia-africana. Somos muitos e muitas já aqui representades, costurando essa teia experimental que deu seus primeiros sinais no vídeo número zero, "Yangui". Meteorito. Cintilação. Grito nesse não-Espaço. Tentativa, experiência, lastro e laço. Desde quando Olódùmarè soprou dentro de mim o Ẹ̀mí, hálito que instaura minha existência, vida insuflada pela respiração divina, sou um Som que se Vê. Desde aí e então, meu corpo guarda e é partícula em expansão do Criador, da Criadora Maior... Ọlọ́run — Ela/Ele que "está dentro e fora de tudo, desentendido/a do mundo". Som é Movimento. Não existe nada que não esteja em Movimento. E Olódùmarè, na sua dança de criação, fez surgir a primeira matéria organizada do Universo: Èṣù Yangui. Ei-nos aqui, Èṣù Yangui! Mo wà! Lançamo-nos como pedra, pedaço, pingo, bólido, folha, parte, ramagem, estrela, estalo, vagido e Laterita deste projeto que está transformando música de Terreiro em grafismos-desenhos-estamparia-africana. Somos muitos e muitas já aqui representades, costurando essa teia experimental que deu seus primeiros sinais no vídeo número zero, "Yangui". Meteorito. Cintilação. Grito nesse não-Espaço. Tentativa, experiência, lastro e laço.
OHÙN TO HÀN — O SOM VISÍVEL é um projeto incentivado pelo 5° Edital de Música do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura|Funcultura e pelo Sistema de Incentivo à Cultura da Cidade do Recife.